O último trem do sertão

Os trilhos da R.F.F.S.A. foram retirados do centro de Sete Lagoas, MG. O cinegrafista Jorge Concórdia registrou a partida do último trem de passageiros, com destino à capital mineira, no dia 18/12/1992.

Um blog a favor do desenvolvimento

O intuito da criação desse blog é criar uma cultura de transportes ecologicamente sustentável e economicamente favorável para os traslados de matéria prima, manufaturados, alimentos, combustíveis e pessoas.
Nosso objetivo é atingir a população, empresários, investidores e entidades governamentais, chamando a atenção para o desenvolvimento das ferrovias no país e no mundo.

Respeitosamente

Equipe Ferrovias Brasil
Venda de vagões no Brasil deve dobrar em 2010

Áreas de mineração, grãos, açúcar e fertizantes vão ajudar a expansão do setor


A indústria brasileira de equipamentos ferroviários estima venda de 2 mil a 2,5 mil vagões em 2010, pelo menos o dobro do registrado no ano passado, de acordo com a Abifer, associação que reúne empresas do setor.

Em 2009, os clientes da indústria nacional de materiais ferroviários - pressionados pela crise financeira internacional - reduziram encomendas. Diante desse quadro, as vendas do setor somaram R$ 2,1 bilhões, informou nesta segunda-feira (1º) o presidente da Abifer, Vicente Abate.

O total de vagões comercializados em 2009 foi de 1.022 unidades. O faturamento da indústria leva em conta, além dos vagões, locomotivas, carros e outros equipamentos ferroviários. A cifra não inclui os gastos com trilhos, que são importados.

Apesar do crescimento anual na quantidade de vagões, o setor ainda vai ficar longe de alcançar o recorde histórico, de 7.249 vagões de 2005, e ainda abaixo das 5.118 unidades vendidas em 2008, conforme a associação.

Segundo o presidente da Abifer, os vagões deste ano vão atender mais à demanda crescente dos setores de mineração, grãos, açúcar e fertilizantes.

- Em 2010, a crise se foi. Estamos falando em mais R$ 300 milhões a R$ 400 milhões a mais no faturamento do setor este ano.

A expectativa da entidade para carros (que transportam passageiros) é de vendas de 500 a 550 unidades, depois de 438 unidades comercializadas em 2009. Em locomotivas, a previsão da Abifer para vendas em 2010 é de 60 a 70 máquinas, ante 20 unidades no último ano.

AMPLIAÇÃO DE FERROVIAS E HIDROVIAS É A SAÍDA PARA REDUÇÃO DA EMISSÃO DE GASES DO EFEITO ESTUFA



Os veículos rodoviários representam dentro de setor de Transportes cerca de 90% das emissões de gases de efeito estufa na cidade de São Paulo, segundo dados da Secretaria de Estado dos Transportes de São Paulo. Para reduzir esse impacto, é preciso investir em distribuição modal, em energia e em logística. Essa estratégia foi apresentada por Frederico Bussinger, diretor do Departamento Hidroviário da Secretaria de Estado dos Transportes de São Paulo e Presidente da Companhia Docas de São Sebastião no evento da Fecomercio “O Transporte e a Redução das Emissões das Grandes Cidades do Brasil: o que fica de Copenhague?”, realizado nesta quarta-feira, 20 de janeiro na sede da Federação.
Para diminuir os gases nocivos emitidos pelos combustíveis dos veículos, Bussinger aposta na distribuição modal, ampliando o uso de hidrovias e ferrovias. “O transporte hidroviário é parte da solução para a complexa agenda do século XXI. Temos 8,6 quilômetros de rios navegáveis e precisamos investir mais”, afirma.
O transporte pelas águas, segundo Bussinger, cresce 12% ao ano. A ideia é aumentar em 12 vezes o transporte hidroviário e de seis vezes a cabotagem (navegação realizada entre portos interiores do país pelo litoral ou por vias fluviais). A ligação poderia se feita entre o porto de Santos e a criação de um porto no rio Tietê para o embarque e desembarque de mercadorias.
Na opinião de José Goldemberg, presidente do Conselho de Estudos Ambientais da Fecomercio, o que impede a utilização do transporte pelas águas é o acesso. “O Ibama não licencia o uso de hidrovia”, explica.
Outra ação importante é a energética, por meio do controle do limite de emissão de combustíveis fósseis pelos veículos e incentivando o uso de álcool. Os programas de álcool combustível que foram lançados ao longo dos anos evitaram a emissão de quase 1 trilhão de toneladas de CO2. Bussinger também avalia que é preciso a renovação de frotas de veículos com modelo padronizado para reduzir a emissão e gases.
A terceira solução seria a logística. De acordo com a Secretaria de Estado dos Transportes de São Paulo, a falta de estrutura faz com que 46% das viagens dos caminhões sejam sem carga. Essas viagens congestionam o trânsito, desperdiçam custos e emitem CO2. Além disso, 88% das cargas nascem e morrem dentro do Estado de São Paulo e 50% delas tem origem e destino dentro da macrometrópole.
“O investimento em infraestrutura é importante, mas para resolver a questão de logística é primordial ter ação de governo e planejamento. Transporte, logística e meio ambiente são aliados estratégicos”, avalia.
O fator tributário também influi diretamente na logística. Segundo Bussinger, para utilizar a hidrovia e a rodovia, a tributação é maior, por isso a preferência somente pelo transporte rodoviário.

Efeitos do aquecimento global
As conseqüências do efeito do excesso de CO2 na atmosfera são cada vez mais conhecidas pelos eventos climáticos, como chuvas intensas, aumento do nível do mar e pelas catástrofes. O Secretário Executivo do Fórum Paulista de Mudanças Climáticas Globais e Biodiversidade, Fabio Feldmann, explica que, em Copenhague, imaginava-se que se conseguiria chegar a um acordo para estabilizar o aumento da temperatura.
“A conferência foi um fracasso, mas não podemos desperdiçá-la. Só o reconhecimento de ter sido um fracasso já é positivo. Além disso, foi o maior evento do clima que mobilizou a sociedade civil e a opinião pública”, afirma Feldmann.
Para Feldmann, os Estados Unidos fracassaram com a presença de Obama que não tem força no Senado, o que o impede de fazer acordo internacional. A China, principal emissor de gases, também mostrou seu fracasso ao mandar um representante com pouco peso internacional. “Temos de pensar em estratégias de pressão para a China na próxima reunião do México prevista para o período de 29 de novembro a 10 de dezembro. Um único país pode dificultar a negociação”, avalia.
As economias que não se prepararem para enfrentar as questões climáticas, segundo Feldmann, não terão como competir. O Brasil felizmente se saiu bem em Copenhague e se sentiu confortável na colocação de suas metas.

“Estou otimista em relação ao México. Vamos com uma situação diferente da de Copenhague e com mais experiência”, analisa. Feldmann explica que é preciso mais clareza no próximo encontro, chegando com as metas e as medidas que serão implementadas para combater o aquecimento global. “Não podemos traçar as metas e não dizer quais serão os recursos, como fez a União Européia na conferência passada. Isso dá margem aos países não cumprirem seus planos.”

Ferrovias versus Rodovias

As estradas de ferro apresentam o triplo da eficiência energética do transporte rodoviário. De acordo com dados da empresa ferroviária norte-americana Union Pacific, a eficiência energética das locomotivas aumentou cerca de 72% desde 1980.

Em 1980, 4,4 litros de diesel movimentavam, em média, uma tonelada de carga por 378,35 quilômetros. Em 2001, a mesma quantidade de combustível já transportava, em média, uma tonelada de carga por 653,66 quilômetro.

No caso de caminhões truques com capacidade de 15 toneladas, como por exemplo um modelo 1620 da Mercedes, utilizado no Brasil, o consumo de diesel para transportar uma tonelada de cargapor 653,66 quilômetro aumenta para 12,45 litros, considerando um desempenho médio de 3,5 quilômetros por litro.

Essa é a razão da elevada competitividade dos trens frente aos caminhões, principalmente tendo-se em vista que o gasto de combustível é o principal item de custo variável das ferrovias, uma vez que os gastos com manutenção de vagões e locomotivas são bem menores que as despesas com pneus e outros equipamentos de caminhões.

Nos últimos anos os fabricantes de trens e ferrovias reduziram o peso e aumentaram a capacidade dos vagões a fim de melhorar a eficiência energética e reduzir emissões de gases. A capacidade média de carga dos vagões está atualmente próxima de 93 toneladas, 17% acima da capacidade de vagões fabricados há 20 anos.

A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) calcula que a cada tonelada transportada por 1,61 quilômetro, um caminhão típico emita aproximadamente três vezes mais óxidos de nitrogênio e particulados que uma locomotiva.

De acordo com a Sociedade Norte-Americana de Engenheiros Mecânicos, se 10% das cargas intermunicipais atualmente transportadas em rodovias fossem levadas por trens, no mínimo 2,5 milhões de toneladas de dióxido de carbono seriam eliminadas da atmosfera anualmente. Já a Associação dos Ferroviários Norte-Americanos calcula que, se apenas 10% das cargas que circulam em rodovias fossem direcionadas para os trens, os Estados Unidos economizariam mais de 880 milhões de litros de combustível por ano.

Custo Brasil

No Brasil, ao contrário do que ocorre no restante do mundo, as tarifas do transporte ferroviário são em muitos casos superiores aos fretes cobrados por caminhões. A Ferrovia Centro-Atlântica S.A. (FCA), por exemplo, chega a cobrar R$ 60 por tonelada de calcário transportado numa distância de cerca de 600 quilômetros, enquanto o mesmo frete sai por R$ 33 feito por caminhão. Deve-se ainda ressaltar que a própria tarifa homologada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) (Resolução nº 1720 de 09 de novembro de 2006 da ANTT) para o mesmo produto e mesma distância - R$ 46,74- está também bem acima do valor recebido por caminhoneiros.

Laércio Franzon / Agência Senado
(Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Nossa opinião:
Falta ao Brasil acreditação ao setor ferroviário. Falta quebrar as barreiras culturais entre governo e empresários bem como investidores.
O meio ambiente clama a volta das ferrovias. Os custos operacionais de uma ferrovia são comprovadamente menores.
Pela falta de incentivos e acreditação é que as ferrovias brasileiras padecem.
Nosso clamor não cessa: - Volta, Ferrovia!

Equipe Ferrovias Brasil

Lula destaca investimentos em ferrovias no país



Presidente visitou obras da Ferrovia Norte-Sul na semana passada.
Em programa de rádio, ele falou sobre novos projetos na área.

Durante seu programa de rádio "Café com Presidente", o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou os investimentos em ferrovias no país. Lula comentou sua visita às obras da Ferrovia Norte-Sul, em Anápolis (GO), na semana passada.

"Quando essa ferrovia foi lançada, o Sarney era presidente da República. De lá até eu tomar posse como presidente da República, foram construídos apenas 215 quilômetros e nós, hoje, já concluímos 560 quilômetros. Ou seja, nós fizemos em sete anos quase que o dobro de tudo aquilo que foi feito em 17 anos", disse Lula.

O presidente falou ainda sobre os projetos futuros para a ferrovia, e da Ferrovia Leste-Oeste, que ligará Ilhéus (BA) à Ferrovia Norte-Sul no Tocantins. "Vamos fazer um processo de integração extraordinário de ferrovias, dando competitividade aos produtos agrícolas e a outros produtos manufaturados, produzidos na região Centro-Oeste do Brasil", afirmou, acerescentando que o governo vai "dar ao Brasil, do ponto de vista de ferrovia, o que deveria ter sido construído há 20 ou 30 anos".

Na visita, na quinta-feira (13), Lula criticou o Tribunal de Contas da União (TCU) pela paralisação de obras da ferrovia. O TCU mandou reter, em 2008, 10% do pagamento de contratos da ferrovia após encontrar irregularidades. A construção de 2,25 mil km de ferrovia faz parte das obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). O investimento é calculado em R$ 6,53 bilhões.